quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Licor de Ginja na História


A ginja, fruto agridoce da família das cerejas, tem a sua origem na Ásia Menor, no litoral do Mar Cáspio. O famoso gastrônomo romano Lúculo (110-74 AC), conhecendo as inúmeras propriedades medicinais (digestivas e diuréticas) deste fruto, levou a planta para Roma, tendo-se propagado pela Europa.

Na Etnografia Portuguesa, José Leite Vasconcelos, refere que Plínio o velho (séc. I DC), famoso escritor romano, louva as ginjas da Lusitânia. No município da bonita vila medieval de Óbidos, graças ao seu particular microclima, são produzidas as melhores ginjas silvestres da Europa. Com a técnica de destilação do álcool, herdada da civilização árabe e com o açúcar (especiaria dos descobrimentos portugueses), Portugal possui, então, os três principais ingredientes necessários para produzir o mais famoso licor português.


Licor de Ginja De Óbidos - Estremadura
A origem do licor de Ginja de Óbidos, região da Estremadura, é conventual. Foram os frades beneditinos que inventaram a preciosa receita para “deleite do seu espírito” tendo divulgado o seu segredo que se tem mantido de geração em geração.

A comunidade judaica divulgou-o comercialmente e, desta forma surge gradualmente nos botequins e tabernas típicas, frequentadas pela burguesia, dando-lhe um cariz marcadamente nacional, especialmente da histórica e famosa boemia lisboeta. São inúmeros os escritores e artistas que referenciam a tão única “ginjinha”. Destacamos a maior e saudosa fadista portuguesa, AMÁLIA RODRIGUES, que cantou e louvou a “ginjinha” num dos seus imortais fados.